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 O CÉREBRO E A APRENDIZAGEM 

São muitos os teóricos que estudam a aprendizagem e sua relação com os sujeitos. Sendo importante diferenciar e conceituar aprendizagem e sua relação com o cérebro.


Segundo Ferreira (2014, pg. 205):


Saber como o cérebro aprende é bastante relevante. A aprendizagem acontece mediante mudanças físicas (estruturais) no cérebro, no contato com os estímulos por meio da experiência: as redes neuronais se modificam, crescem e são podadas.


A aprendizagem demanda de uma função cerebral, através das células neuronais, ocorre a transmissão de informações, consequentemente as sinapses.


Ferreira (2014, pg. 70), salienta ainda que:


O crescimento e o aprendizado dependem do funcionamento do cérebro de modo integro, com as funções cognitivas intactas, sendo capaz de se adaptar pela flexibilidade. As interações com o meio ambiente (interno e externo), ou mesmo os danos neurais, requer adaptação. Para se adaptar, o sistema nervoso modifica sua estrutura e função, independente da fase de desenvolvimentos que estiver.


Conclui-se então que, o cérebro é um órgão importantíssimo no contexto do processo de ensino aprendizagem, sendo capaz de poder se adaptar as diferentes situações.Através da  plasticidade cerebral.Essa propícia  ao indivíduo  que apresentou uma lesão, ser estimulado, e através desse estímulo, venha obter novos rearranjos neurais que serão responsáveis pela  adaptação e substituição de algumas funções.


O Estímulo, auxilia na regeneração dos danos cerebrais, se realizado dentro da “janela de oportunidades” (tempo de dano cerebral, frente a recuperação). Por esse motivo é tão importante estimular os indivíduos a utilizar as funções cerebrais, tão logo ocorra o dano.


MAS O QUE É APRENDIZAGEM?


Segundo o dicionário, aprendizagem é:


1.Ato ou efeito de aprender.


2.Período de tempo em que é aprendiz.


3. condição de aprendiz.


4.Ensino que recebe o aprendiz.


A relação da aprendizagem com o sujeito que aprende é algo indissociável, pois, somente há aprendizagem, se houver o sujeito que aprende. Tal relação se evidencia no conceito, onde demonstra a inter-relação entre ambos.      
Desde muito tempo, nota- se que o processo de desenvolvimento do intecto do indivíduo acontece com frequência, ou seja, a todo instante podemos estar aprendendo coisas novas, através das trocas neurais e funções cerebrais.


A aprendizagem um processo contínuo.


Bossa (1998, pg.61). Salienta que:


Assim é importante considerar que a aprendizagem tem papel fundamental na constituição do sujeito humano; que ela se dá sempre pela intermediação de um outro -primeiro a mãe, lugar de excelência, depois pelos demais representantes da cultura.


O indivíduo aprende com estímulos ambientais. As trocas são muito benéficas e importantes e propiciam o aprendizado.


De acordo com Ausubel, citado por Ronca (1980,p.59).

 

A estrutura cognitiva é o principal fator que influencia a aprendizagem.


 OS JOGOS E A RELAÇÃO COM A APRENDIZAGEM 


 Bossa (2019pg.149) relata que:


Piaget  afirma que o jogo simbólico, surge ao redor dos dois anos, permite à criança assimilar o mundo à medida do seu eu, deformando-o para atender aos seus desejos e fantasias. Afirma também que o jogo tem uma evolução, começando com exercícios funcionais(correr, saltar, jogar bolinha etc.) seguidos pelos jogos simbólicos(imitar, dramatizar). Aparecem depois os jogos de construção, que vão se aproximando cada vez mais do modelo, e os jogos de regras, introduzindo a lógica operatória.


Os jogos apresentam função importante na formação das competências e habilidades de aprendizagem, desenvolvidas no indivíduo.


O jogo faz parte da interação do indivíduo.
Através do convívio com o outro, interações sociais acontecem, isso é parte integrante do processo. Se não há trocas, dificilmente o processo se concretiza.


Os jogos podem ser individuais, em duplas ou grupais. Ambos favorecem o aprendizado.


Os espaços onde se promove aprendizagem são amplos, não limitados as instituições escolares. Os indivíduos aprendem quando são estimulados a fazer trocas significativas. Essa, oportuniza ao indivíduo, saberes diversos, entre eles, a atenção, o aconchego, o autoconhecimento, auto- estima entre outros. Os ambientes interferem nesse processo.


Os jogos propiciam além da aprendizagem, a sensação de prazer, ao vencer. Competividade, frustração ao perder. Esses sentimentos são importantes para a formação e desenvolvimento dos indivíduos. Ambos precisam ser administrados pelo sujeito e com o tempo vai sendo bem administrado pelo indivíduo.


Os jogos quando bem escolhidos, com seus objetivos definidos e claro, desenvolve muitas competências e habilidades, sendo aliados da aprendizagem.


Estabelecer regras com quem se joga, é excelente, pois através dessas, o indivíduo desenvolve a capacidade de se comportar diante de um modo pré-estabelecido. Combinar antes as regras cria ambiente propício, gera sensação de confiança.


Segundo Antunes (1998),


O jogo jamais pode surgir como trabalho ou estar associado a alguma forma de sanção. Ao contrário, é essencial que o professor dele se utilize como ferramenta de combate a à apatia e com instrumento de inserção e desafios grupais.
[...] um jogo jamais deve ser interrompido e, sempre que possível, o aluno deve ser estimulado a buscar seus próprios caminhos.


Os jogos devem ser instrumentos que possuem uma sequência, um começo, meio e fim. Estipular um tempo correto para essas fases fará diferença nos resultados.


Então que tal utilizar em sua prática os jogos?
Com certeza obterá excelentes resultados.
  


Por Luzia de Matos. PEDAGOGA, PROFESSORA, Especialista em Psicopedagogia, Psicanálise e a Psicologia, Gestão de pessoas,Educação de Jovens e Adultos.


Referências:


Antunes, Celso. Jogo para estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis, RJ: Vozes,1988.10ª edição.
Bossa, Nádia Oliveira, Vera, Barros de. Avaliação psicopedagógica da criança de zero a seis anos. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes.  7ª edição.
"aprendizado", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa em linha, 2008 2021, https://dicionario.priberam.org/aprendizado consultado em 27-04-2021

Nogueira, Makeliny Oliveira Gomes. Teorias de aprendizagem: Um encontro entre os pensamentos filosóficos, pedagógico e psicológico /Makeliny oliveira gomes nogueira. Daniela Leal. 2.ed. Curitiba: Intersaberes,2015. Serie Construção Histórica da Educação).